sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

questões de cubas de pias

Pode parecer frescura, mas não suporto cuba de pia pequena.
Quando você precisa lavar o rosto a água cai toda fora do espaço micro compreendido por tal objeto. O que não entendo disso é quem foi o sujeito que decidiu que era moda e inculcou a idéia pra outros sujeitos criadores de tendências...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ao dentista, Toda ouvidos


Uma boa maneira de observar a cultura paulista é submeter-se aqui - em terras paulistanas - a uma cirurgia na gengiva a utilizar somente anestesia local, o que implica estar atento a escutar e sentir o entorno do consultório. Enquanto Dr. Rander e sua assistente, mais os papagaios de plantão, retiram um retalho do meu céu da boca - para em seguida enxertá-lo na gengiva inferior de minha boca aberta e cansada - escuto seus colegas a discutir pontos de seus respectivos futuros casamentos, e todas as dificuldades inerentes ao acontecimento, como encontrar uma data próxima na Igreja, fazer curso pra noivos, entender as mulheres e assim encontrar sua alma gêmea, etc. Acho estranho, afinal, quem tanto quer se casar hoje em dia?

Dr. Rander, utilizando bisturi, entra na conversa e confessa que para estar ao lado de sua amada faria um curso de dois anos - uma residência em casamento. No meio do papo ele retira a gordura do meu retalho de carne de céu da boca e inicia a sutura da gengiva, a manejar linha e agulha, que mais parece um mini-anzolzinho a flutuar por entre minhas carnes anestesiadas. sinto assim uns barulhinhos esquisitos que doeriam, o anzol cruza de fora pra dentro e vice-versa, causando uma aflição nauseabunda. nesse interim, continuo escutando dos paulistas suas opiniões sobre as praias do verão, onde será que tem o melhor show, da claudia leite, e um mega aquário recém-reformado magnifíco. só não fui capaz de ouvir bem a que praia se referiam, mas supus que era a da baleia, no litoral santista, talvez a ideia do aquário gigante me tenha levado a ela. Pode no momento o leitor mais atento (o leitor zero, ou o menos um) estar se perguntando o porquê de tamanho sangue frio da narradora, mas já aí lhe explico, a fim de evitar mal-entendidos: acontece que já havia sofrido intervenção similar anteriormente, o que na ocasião me causou tremenda aflição - de modo que aqui o esforço em ater-me às conversas e a respirar fundo dominou meu ser, ou a agulha em forma de anzol teria sido capaz de me causar maiores ânsias e impedir-me de escutar os desejos mais sinceros de meus queridos doutores paulistas.