terça-feira, 31 de maio de 2011

Tarefa com Maria:

1) V ou F

( ) Urubu é planta.
( ) Tia L. tem cachos.
( ) Dani toma café.
( ) A casa da L. e do A. é a 9.

2) Do que preciso para fazer uma bolha de sabão?

Inspiradora! Chá de hortelã, bolas que incham.
Amo partimpim! Amo o bateirista.

Insegurança, raro. Doído?
Aprender e dançar. Colher a vida num copo de suco de maracujá.
Pedalar é ritmo - corre, pára, olha, vira.




sábado, 28 de maio de 2011

Notações paternas

A menina pergunta se o pai desistiu de vender o carro, mesmo. Então por que é que o papel anunciando ainda continua colado ali, no vidro. Ele diz que mantém em todo caso para a polícia, quando perguntarem o motivo do atraso nos documentos, aí fica fácil: é a venda, meu senhor, já vou vendê-lo e o novo dono que o regularize..

O pai não é cantor profissional, toca seu cavaco em casa, com as cordas envelhecidas; confessa que o convidaram pra tocar uns sambas num encontro de intelectuais reformados. Ele ainda tentou fugir; é bem na hora do jogo do Barcelona e Manchester, meu caro companheiro. Nos tempos de hoje, você grava o jogo, G. E ele não teve jeito senão aceitar o convite. Contente, em todo caso, por saber da reprise no domingo; canto o samba e procuro não saber do resultado, isso sim.

Encontra-o na rua no centro da cidadezinha, ela sentada num quiosque de sorvete, toma uma água no canudinho. Ele vem com seu gorrinho de gnomo velho, torço pra fazer frio, ou preciso tirar o gorro e meu cabelo fica todo pra cima. E essa camisa branca, pai, toda mofada? Pois é, dormi com ela e nem notei que estava assim quando saí.

terça-feira, 24 de maio de 2011

a bonança após a tempestade

ela acorda melhor, se espanta! toma seu suco verde que não é tão verde assim e vai pra Ioga. lugar metido de gente esquisita, aula boa e ambiente tipo "somos ricos e não vivemos no Brasil".

abstraindo, anda pro trabalho se perguntando se está preparada a adentrar esse mundo pelo qual já teve tanta resistência. será real essa coisa da pessoa se vender assim, se prostituir quando se trata de ascender de classe? Quiça...

um dia lendo sobre transmidia storytelling e multiplataformas se redime quando ela vai ao edifício dos fundos procurar a causa de uma infiltração em sua parede. A síndica E. a leva num outro apartamento, onde aparentemente residem duas mulheres casadas e a mãe de uma delas - que deve ter alzheimer e fala bastante esquecendo as coisas pelo meio. Juntas, apreciam muros, canos e obras tentando descobrir qual será a parede dos fundos que bate com a da menina. todas elas são tão receptivas, leves e contentes que a fazem sentir-se num filme onde tudo é simples, cada personagem tem delineada sua atuação e a principal tarefa de viver sua vida simples e classemediana.

a cereja do bolo é quando o vizinho boa pinta chega e dá aquela olhada sensual pra menina de mochila e capacete de bike na mão. dia ganho, gente boa e vida pela frente é o que há!

segue pra falar com D. M. paga as contas e pega a escada emprestada, que amanhã vem a faxineira. liga a amiga e combinam de ir no show do portuga adorado aqui do lado.



segunda-feira, 23 de maio de 2011

Nunca sei pra que lado ir quando saio da minha estação de Metrô. Olho para os dois lados, leio as placas e depois de uns 1o segundos me decido e às vezes me arrependo.. será uma espécie de Alzheimer antecipado ou total falta de aptidão geográfica?

Hoje eu passei a maior friaca no trabalho, não sei porque mas tava congelante! Fui pro centro ver a abertura do A. e show do D. e P. Começou a me dar uma cólica estranha e resolvi ir embora. Aquelas guitarras estridentes chocavam com minha sensação corporal, mas a projeção tava linda, colorida, warhol.

Trouxe uma azaléia e uma plantinha tipo dessas que cai, lindinhas! Não sei o que me faz essa angústia e vontade de chorar. Depois de um mês de término de namoro, me bateu um blues forte, uma falta de ânimo, vontade de nada, insônia de noite e preguiça imensa de manhã. E não entendo como, não desejo isso, quero é alegria, serenidade. Parece que só agora meu corpo espiritual se entregou à tristeza, mas algum outro corpo não se entregará.

Cheguei em casa e vi que o A. tinha batido uma máquina com pouca roupa, e nem viu a minha, se tinha alguma. Me deu um arraso tão grande, chorei. É chato cuidar de alguém, de encher a máquina, administrar a casa e não receber nada em troca. Sei que ele é bem ocupado, mas é foda isso. Me senti super mal, tentando baixar a conta de luz ou tirando o lixo todo dia que passa o caminhão. Deu vontade de fazer uma reunião em casa e falar logo que eles tão se aproveitando de mim, da minha boa vontade e dificiculdade de impôr limites.

Ainda vi agora que a anterior mandou mensagem pro R. Dá vontade às vezes de ligar pra ele, não ligo porque me convenci de que ele não gostava mesmo de mim, só por isso. E a verdade dói e é cruel.

Tô me sentindo artista de novela, sofrendo igual um fdp, por algum NADA, nenhuma explicação que valha, nada em que se possa apoiar.






O Leblon de outrora é a barra de hoje!


domingo, 22 de maio de 2011

O dia fictício III

Acordei mal, essa arnica não me faz despertar, a cabeça pesa e os olhos também. Vou parar com isso e cancelar o tratamento por enquanto!

Lavei roupa, li um pouco dessa convergência maldita da publicidade e da venda de tudo! O coentro que eu plantei não vingou, mas não custa tentar. O alecrim tenho usado com pão e azeite, maravilha!

Tirei os anjos e veio o do perdão, a todos e a si mesma, de ser como é. Deus está em você como você.

Me senti ansiosa e angustiada, com o plexus solar pesando, uma falta de concentração e uma vontade de resolver tudo no mundo agora, sobretudo meus problemas. Às vezes me foge a calma e tranquilidade de que se necessita pra viver em paz. Estou a buscá-la. Alguma coisa me faz parecer que falo demais ou que falo de menos, ou me sinto enchendo o saco dos outros ou sendo antipática! O problema é pensar muito em si mesmo, não parar a ver e a sentir, isso é que me falta e me é tão caro.

Almocei com a I. e foi muito bom, arroz com lula e camarão, depois fomos ver a N. no CCBB, lindo e chorei. Lembrei tanto da Vovó T. e de como era ela incrível. Cartas, tomates, pinturas e brownie de caixinha. Fomos tomar uma coca com a africana J. e vim pra casa. To ouvindo Dadi, que voz linda e que cd maravilhoso! Pelo menos o Paul Auster tá incrível e tô fluente no inglês como nunca.




sábado, 21 de maio de 2011

Dia ficção II

Desisti da ioga cedo após todo o plano de agenda semanal, mas não me culpei, porque vi que merecia ficar na cama mais um pouco, começo de fato na segunda! Respirei fundo e fui de bicicleta, sempre fico feliz quando consigo, me faz tão bem! Fora a galera na Lagoa que fica no meio do caminho, mas paciência.

Peguei as fotos da C. que mandei revelar, ficaram horríveis! Hoje em dia pra ter uma boa revelação, só pagando caríssimo, me parece. Depois fui na Caixa e descobri que não aguento mesmo a demora desses processos idiotas burocratas, dá vontade de explodir com tudo!

Fiquei o dia todo tentando me concentrar pra escrever o projeto, e ainda deixei meu casaco cair na roda da bicicleta e ficar cheio de graxa, pareço alguém de 16 anos às vezes nas ações mal-pensadas e mal-calculadas do dia a dia. Desisti de ir ao cinema pra ir pra festa. Desci de bike e fiz uma sopinha daquelas já cortadas que a I. me ensinou! I. veio pra cá e G. também. Tivemos que ir na rua procurar um homem pra abrir o vinho, o português bonzão, foi curioso, o cara abriu facilmente.

Antes da festa fomos no buteco e encontrei a A. e sua prima de Brasília. Fumamos pela rua e entramos na festa. Dj demais, sensacional seleção de música brasileira, nada óbvia. Mas o público era a galera GLS do teatro, quer dizer, nada eclético, mas o mais do mesmo.

Me acabei e hoje fui pra feira com dona Maria, fofa! A filha traz a comidinha dela congelada: "tô ficando mal-acostumada, minha filha!" Hoje eu me senti do bairro com meus conhecidos na feira, minha calma e tranquilidade em andar por lá e comprar várias coisas desnecessárias, o que sempre acontece. Entre elas, uma flor linda meio bromélia pra sala.

Fiz um salmão ao alecrim e azeite, farofa com ovo e ceboulette e feijão com coentro. tô desistindo de sair, vou é ficar lendo aqui que é o melhor que faço!



quinta-feira, 19 de maio de 2011

Dia ficção i

Hoje eu acordei mais cedo do que nos outros dias, só porque tava na casa da G. Ainda bem! Pensei em mudar de vida, tomar suco verde, ioga de manhã e parar com esse negócio de dormir 10 horas por noite, tenho até vergonha de assumir!

Ficamos horas tomando vitamina e falando desse deslumbramento de novíssimo cinema brasileiro, de como as pessoas acham que significam algo e de como produzem uma estética do feio pra ficar bem na fita, sem nenhuma ideologia que se preze...

Saí correndo em busca do 170, que sempre demora horas, além do que esses ônibus me deixam terrivelmente enjoada. No trabalho tive a pretensão de tentar me concentrar pra escrever o projeto, mas é uma puta coisa difícil do caralho! O L. é fofo, a M. também, serviu massinha com carne moída. Fui ao banheiro três vezes, talvez pela vitamina com aveia e muita salada.

Depois fiquei pensando em sensações na vida, hoje tive algumas ruins, falei com papai e me deu vontade de chorar, porque senti na voz dele a tentativa de me dar atenção, de me acarinhar. Isso é estranho, porque ao invés de me deixar alegre, me faz chorar, parece que eles sentem que ando me distanciando e querem me prestigiar. Acho até merecido, justo, que o façam, eu mereço algo mais do que venho tendo em troca há algum tempo.

Passei no mercado pra comprar bombril e papel higiênico, acabei levando um vinho português incrível, Serras do sei lá que. Dali fui pra Sidha yoga, pro Satsang de 5a. Canto foi demais, minhas mãos soltavam muita energia e foi aí que pensei na emoção da questão com meu pai e chorei. A energia então se transformou e eu me senti com uma voz suave, sentindo a batida do mantra no meu ser, como isso faz bem, como traz uma alegria distinta e muito leve, suave e boa.

Depois vim andando, liguei pro C. pra dizer que eu não quero me locomover tão longe amanhã, vou ficar por aqui mesmo, quem sabe ele não vem no sábado?

Agora vou preparar minha agenda nova - de pessoa saudável que dorme menos e toma suco verde - usando lápis de cor!