sexta-feira, 27 de julho de 2012

a verdade e o amor sempre triunfam

gandhi é o filme que assistirei a cada vez que me parecer ter um problema na vida, para entender que não devo reclamar e que não tenho um problema, mas a solução.

o amor no coração ao próximo e a simplicidade da alma devem ser a ideia principal de vida, mas não o são. talvez haja almas singulares que não se contaminam com os desvios da mente.

não sei bem o que quero, mas continuo na direção do que a sociedade espera de mim, de tal forma que até refletir sobre qual o sentido a vida deve me ter é complicado ou parece intocável. assistir a gandhi me fez querer a simplicidade - o entendimento e a aceitação dessa simplicidade. abrir mão da ambição do que envolve a matéria e seguir um outro caminho. não sei que caminho é esse e se estou preparada.

continuo sofrendo com ressentimentos passados e dores do ego e do apego às coisas mundanas. como encontrar o caminho da liberdade? qual será esse caminho quando não sigo um rumo espiritual específico, nem ao menos sei em que acredito? como encontrar um caminho que não seja o da luta, para o qual tampouco me vejo inclinada?

são muitas questões e entendo que por ora o melhor é relaxar, fazer o que me soa correto na vida que levo agora, nesse momento, e agir de acordo com o que está a meu alcance, para que num breve momento essa reflexão possa retornar e quem sabe uma resposta diferente surgirá.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

afinal ficar ou sair

juventude é assim
caem muros e padrões
desnuda-se da casca e sente
fica ou vai conforme o vento - assume as escolhas e os pensamentos
bergman ensina a cada dia ser um pouco mais si mesmo


sábado, 14 de julho de 2012

quando eu for gato, vou poder comer a ração dele?

ervas daninhas foi mesmo O FILME desse dia de gripe encubada, sintoma de um amor que se esvai enquanto a alma continua entalada, querendo conforto. de como nunca se ama ou é amado suficientemente, desde Flaubert até agora, aqui, hoje. de fato, não é coisa lá pra se esperar da vida, dessa de cabrinha que sobe a montanha devagar e sempre, sem muitas surpresas. o legal é ver que mesmo sem surpresas o real é um presente, a simplicidade e a alegria leve do dia a dia - sobretudo quando a gripe passa - são um regalo constante pra uma alma idosa e simples.

domingo, 8 de julho de 2012

aprendizagem da vida, lenta e linda

a monja disse que o guru espiritual incita as neuroses, faz você olhar lá no fundo pra buscar o que ainda tem que trabalhar, o que precisa ser notado e o que de mais difícil resta em nós nessa busca por ser um ser mais amoroso. foi bom ouvir isso e sentir que sem saber tem sido meu exercício diário, sem culpa nem tormento. tornei-me com o tempo uma pessoa mais calma e mais amorosa, e isso irradia por exemplo quando trabalho num set de filmagem. curioso notar a diferença em minha pessoa e na frequencia que vibra através da minha alma. sentindo todo essa mudança e é mais fácil aceitar os momentos frágeis, quando se chega em casa e a vontade é deitar e chorar, a dor de garganta traz uma solidão que sufoca, a chuva que cai e a falta de energia pra visitar os amigos. aceitar o momento e vivê-lo como posso é o que tenho feito e acredito que a cada dia me gosto mais e me aceito mais dentro do meu presente e das minhas possibilidades. se houve uma  expectativa ilusória em relação a um acontecimento, a sensação lentamente passa e o que fica é a minha íntima verdade, o meu coração em paz.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

E aquele Bañales nem gostava tanto de banho...

Já tinha me acontecido seriamente uma vez, estar com um pensando em outro, apegada a um passado que nem sentido mais faz. Embora insista em estar ali, martelando, atravancando o caminho e endurecendo o coração.
Dessa vez foi o contrário, quase uma lição, desse círculo que te devolve tudo mesmo que você não queira. Logo agora, quando parece que estou na melhor forma - física-emotiva-intelectual - vem alguém e me diz que não, seu coração é de outra e não pode se abrir nem se derreter por tudo de bom que eu possa ter. Mesmo depois de abrir mão de tanto banho, ou aceitar tanta areia, o  problema continua, além do coração, claro, na idade. Você devia ser 10 anos mais velha. Devo ser muito ingênua, penso eu. E depois continua no país, é muito esforço e isso não é viável quando o coração não quer. Começo a duvidar se curto esses tais corações. 
O lado bom disso foi notar como cresci nesses anos todos, pude encarar de outra forma essa perda - ou falta de ganho. De que vale espernear quando não se tem espaço de ação, nada vai mudar e a coisa só pode piorar? Se essa possibilidade de um romance tão simples, e por isso tão interessante, já se foi pelo ralo? 

Apesar da falta de simplicidade que encontro pelo mundo, somada à minha preguiça de buscar por novidades, me prometo mais ousadia e liberdade para seguir em frente. Me dou conta, afinal, de que todo o passado que eu sentia pesar num tal Bañales, já começa também a pesar a seu modo sobre meus ombros, e é preciso estar atento a esses velhos e malditos padrões que me afastam do novo. Isso já se sabe há tempos, sou uma velhinha que dá uma rejuvenescida a cada ano, o tantinho que consegue.