terça-feira, 30 de julho de 2013

Quando é que a melhoria se destinará ao povo?


Hoje conversei com um especialista em projetos urbanísticos dedicados a trânsito de veículos e fluxo de pessoas, que trabalhou em grandes eventos como o das Olimpíadas de Londres. Ele mostrou algumas das ideias pra a cidade do Rio, no intuito de criar corredores arborizados para o público se locomover durante a copa e depois dela, tornando a cidade mais agradável e viável a seus transeuntes. Essa seria a vantagem de sediar um grande evento, melhorias no deslocamento urbano e mais infraestrutura para os moradores.

Enquanto a conversa fluía fui me dando conta do quanto estamos acostumados a que interesses alheios açambarquem soluções simples e até baratas que melhorariam o cotidiano de tanta gente, como por exemplo uma calçada mais larga de casa até o metrô ou ponto de ônibus, ou uma opção viável de transporte público do aeroporto para os principais pontos da cidade, o que existe em qualquer cidade do mundo - onde os ditos “povos desenvolvidos” não usam táxi à toa, mas uma opção coletiva e mais barata. Ele falou também sobre a dificuldade em ter aceitas novas soluções pra cidade, não só por interesses diferentes, como valorizar áreas públicas para vendê-las a empresários, mas também pelo fato das autoridades de instâncias diversas não se comunicarem de forma eficaz, tornando o processo lento e pesaroso.

Terminada a conversa, saí dali e li no jornal que um bairro da zona oeste do Rio de Janeiro tinha sido alagado, uma menina morreu e muita gente perdeu seus pertences e casas, o que fez com que prefeito e governador dessem as caras em solidariedade à comunidade. Talvez eu continue sendo muito ingênua, mas me pergunto porquê essa gente – o povo – não poderia ser o principal alvo das políticas públicas, sejam elas ligadas ou não aos grandes eventos. O engraçado é que a nossa utopia brasileira soa tão viável; que o interesse público dirija-se no sentido do povo, a fim de viabilizar uma gestão que trate como essencial o que é, de fato, primordial: moradia e deslocamento urbano; saúde; e educação e cultura.



segunda-feira, 29 de julho de 2013



o mundo tá mesmo cheio de ironias
talvez a maior delas seja o fato de que não podemos nos enxergar, nem a nós mesmos.

[alguns enxergam por cima, outros por baixo, há meio?]

domingo, 28 de julho de 2013





Existe outra "coisa boa da vida"que só presenciei por meio de alguns lampejos. Trata-se da súbita realização de estar separado de todo o prazer, de todas as coisas terrenas, inclusive da esperança; uma súbita separação e um isolamento de todas as coisas; e, diante, desse momento de iluminação, o reconhecimento do fato de que é possível viver sem qualquer dessas coisas, um alegre vislumbre daquilo que joão da cruz trata quando afirma que a alma não pode ser tomada pela união divina até que se despoje do anseio que tem por toda a criação.

T S ELIOT, o cara.

antroposofia que me guia

"Eu quero desaprender para aprender de novo.
Raspar as tintas com que me pintaram.
Desencaixotar emoções, recuperar sentidos."
Rubem Alves

 "não quero acostumar-me com meus defeitos
ou com meus sucessos.
Quero ficar viva em cada passo do caminho
Quero ser tudo o que posso ser
E desta maneira cada vez pertencer-e mais."



sexta-feira, 26 de julho de 2013

hoje, a partir de mim e de marina

a primeira tinha medo, não arriscava e  quase não se sentia...
achava que era cachorro e deitava no chão, se ressentia

a segunda seguia de cabeça erguida e coração apertado
guardava a dor do mundo e a carregava ao revés: encolhia

a terceira aprendeu que liberdade é ser e reconhecer sua própria vontade
não tem medo de ousadia, do cabelo ou da bainha.

enfrenta o que vier, e chora com vontade
reconhece o percurso, respira e agradece