segunda-feira, 20 de setembro de 2010

idéias que vieram de uma vó para um filme pouco provável que exista

Casa da vó: apartamento de bom gosto, refinado.Quadros modernos e abajoures franceses. Compõe o ambiente um cabideiro, um carrinho de chá entre as poltronas da sala. Uma cômoda em que se vêem jogos de prataria e compotas de cristal. Livros de arte, um volume do Larousse e algo de literatura contemporânea ilustram o ambiente.

Seqüência 1

Menina entrando no elevador de prédio antigo, desses tombados. Encontra a vó a sua espera na porta de sua casa.

-Alô, querida.

-Oi, vó!

(PAUSA, SENTAM-SE)

-Parabéns pela nota da UERJ. Você está entre os 5% que tiraram A, eu vi ontem no jornal nacional.

-Ah, vó... Lá em casa ninguém liga pra isso não.

-No meu tempo não era assim, como sua mãe é. As pessoas se preocupavam com a educação dos filhos, se tiravam boas notas. Eu, por cada nota acima de 8, podia escolher 200 gramas de biscoitos da Colombo. Os casadinhos eram uma delícia. Meu pai me levava pessoalmente e me fazia escolher todos a que tinha direito. Quando terminei a faculdade, eu trabalhei sem precisar, porque uma moça deve saber das coisas, ser independente. Claro que me casei com seu avô e não trabalhei mais, ele era contra. Mas quando me separei foi importante ter alguma experiência, saber como era advogar. Meu pai foi muito legal porque ele sabia que algum dia poderíamos passar por alguma dificuldade e tínhamos que saber nos virar.

-Vó, mas e no tempo do Getúlio? Ele não era contra?

-Era, mas ele trabalhou no governo do Getúlio, com um cara duro que era o FULANO, mas aí, como ele queria sair, ele criou uma coisa chamada Delegacia do menor abandonado. Então, apresentou ao Getúlio o projeto e conseguiu ser transferido pra essa nova delegacia, pra implantá-la. Ele pôde sair desse trabalho com o...

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