Essa foi a frase mais bacana que ouvi do Coutinho e que me pareceu no momento a tônica de um bom documentarista. Essa capacidade de se despir de crenças e preconceitos e tentar viver um pouco na pele do outro, antes de sair a discorrer sobre os males do mundo. Talvez ser documentarista agora implica ir contra o individualismo que rege nossa vida cotidiana: parar para olhar e ouvir o camponês, indivíduo dos mais injustiçados e desvalorizados, cuja sabedoria e existência ultrapassa - a meu ver - as de intelectuais que citam Darcy Ribeiro e Milton Santos, mas não enxergam um palmo fora da zona em que nasceram e cresceram com suas babás negras vestidas de branco. O documentarista verdadeiro não pre-julga, mas busca conhecer - sentir a existência pra fora dele - e assim poder olhar o mundo cada vez mais deslumbrado com o que vê.
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