sexta-feira, 10 de junho de 2011

habita lá

quatro dias em bauru, vendo o tempo passar. tetris e auster; auster, tetris e água.
o periodontista a dizer:
placa pra dormir e escova com mais leveza, menina, não precisa força

quatro dias em bauru, assistindo o tempo, o passo alheio nesse fluxo incessante
jornal televisivo, e o animado esquilo com legendas portuguesas de portugal
as crianças rindo, e ela delas, com elas, e de como acham a vida linda

quatro dias em bauru, assistindo a chuva, que molha sem perdão a viajante confusa
no salão unissex mais antigo dali, um senhor abre a porta:
entra, menina, que vai cair a energia. e ela sente como um filme desses imprevisíveis, tanta água, tantas trilhas e escolhas indecididas.

quatro dias em bauru, e os cariocas.
deve ser maneiro, ficar com você, né, carioca? mas sabe o quê, sou é fluminense!
se lisonjeia ou avermelha? não lhe costuma passar isso assim tão diretamente.

quatro dias em bauru, tranquilizam.
mauricio e luis, o dente acariciado e dorme bem, seca e cuidada. passados 27 anos, pertence um pouco aí, os doutores, fissurados e crianças são também seu aconchego.


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