Estava apaixonada pela barba ruiva bem ali, ao lado.
Um tipo excitante, desses fora de moda, menino nem bobo nem descrente,
nem careta e nem lobo mau.
Aquele tal jovem com ar de velho, bem da maneira que lhe encantava.
Mas só o que a moça fazia bem era tomar cerveja.
Nem colar post-it na bicicleta certa foi capaz,
mesmo que fosse a magrela do vizinho, e do ruivo: ela por descompasso não gravou bem a cor, o modelo, enfim...
A tímida é capaz de ousadias, sobretudo enquanto não mostre seu semblante (tímido).
O sujeito bem podia se assustar, seria doutra época uma paixão platônica?
Pois essa é de hoje.
E do tipo que ainda rende telefonemas do vizinho errado, coisa de falsa amélie poulain.
Falta-lhe preparo pra resolver a própria vida; afinal viver não é coisa pra amador, já dizia o poeta.
Lindo o texto, de uma literatura fina e elegante.
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