Muito estranho lidar com tripulação de barco amazônico, equipe de filmagem coreana (do sul!), mergulhadores de Manaus, mateiros e canoeiros de região inóspita amazônica, e mais duas especialistas em animais, a legal e a confusamente doida.
No meio do rio negro, eu convencia o fotógrafo coreano a sair cedo porque a ariranha acordava, segundo estudiosos, por volta das 6h da manhã, e deixava a toca em busca de comida. Enquanto isso, a especialista loira dizia que não devíamos seguir por aquele igarapé, e sim subir outro, tentar achar uma toca mais fácil. Nesse ponto, a morena retrucava que o melhor sim era que as duas canoas fossem pro primeiro igarapé e ela fosse com outro mateiro para o segundo igarapé. Até aí, ótimo.
Era quando os coreanos mudavam opinião, sem levar nada disso em conta, trocavam de canoas, e então eu pensava novamente na logística do dia e queria mandar todos pra aquele lugar. Por que é que os coreanos não ouvem a maluca especialista? E por que a maluca especialista os considera um bando de idiotas, e sobretudo não ouve os mateiros? E por que a especialista legal também não é mais paciente? E por que só eu preciso ouvir todo mundo, estar do lado de cada um e ainda conciliar as discórdias?
Cresci aí, foi difícil manter o equilibrio, a tentação tava forte... estar nessa floresta já é um desafio.
Com calma e sabedoria, tentava dizer aos cozinheiros que, por favor, não fizessem todo dia arroz, feijão, macarrão e farofa; podiam variar fazendo um dia macarrão sem arroz, feijão e farofa e vice-versa.
Depois de sete dias à procura de ariranhas, nada... o rio estava 30 metros acima de seu nível normal, as bichas tinham fugido todas pro alto dos igarapés, e lá íamos nós, nas 3 canoinhas, atrasados pro horário das ariranhas, à procura delas por toda parte, que era só água...
as agruras de uma jovem produtora...
ResponderExcluirmuito bom.