domingo, 23 de agosto de 2009

a roça e eu

Acabo de assistir ao filme Aquele querido mês de agosto, do português Miguel Gomes.
Que coisa incrível essa da forma do filme, da invenção da personagem em cima do universo das aldeias portuguesas. Senti como se fosse lá minha terra natal, a roça brasileira com suas sanfonas, pingas e modos de se expressar singulares.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

a primeira vez é sempre inesquecível

Eu mesma estava nesse tão citado hospital, o 28 de agosto, no mês passado, acompanhando
um coreano que tirava uma radiografia da costela, quando me deparei com um tumulto sem igual.

Soube então que um assalto a banco havia deixado feridos tanto os bandidos como os policiais.
E esses estavam na mesma sala que eu e o Kim (todo coreano se chama Kim!).
Nunca vi tanta gente sangrando... é triste e nauseante.


Enfim, Manaus tá bombando!

sábado, 15 de agosto de 2009

A vida


A vida não é menos incoerente do que os sonhos,

é apenas mais insistente...
O seu amor,
ame-o e deixe-o, livre para amar...

cause I love Paris in the fall....

ame-o e deixe-o ir aonde quiser, ir aonde quiser.

o rouxinol, abriu a sua asa, fez até um som

ling ling ling ling..

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Defendo ferozmente a minha solidão, e isso não é mau.

A aventura amazônica de manter-se em equilíbrio

Muito estranho lidar com tripulação de barco amazônico, equipe de filmagem coreana (do sul!), mergulhadores de Manaus, mateiros e canoeiros de região inóspita amazônica, e mais duas especialistas em animais, a legal e a confusamente doida.

No meio do rio negro, eu convencia o fotógrafo coreano a sair cedo porque a ariranha acordava, segundo estudiosos, por volta das 6h da manhã, e deixava a toca em busca de comida. Enquanto isso, a especialista loira dizia que não devíamos seguir por aquele igarapé, e sim subir outro, tentar achar uma toca mais fácil. Nesse ponto, a morena retrucava que o melhor sim era que as duas canoas fossem pro primeiro igarapé e ela fosse com outro mateiro para o segundo igarapé. Até aí, ótimo.

Era quando os coreanos mudavam opinião, sem levar nada disso em conta, trocavam de canoas, e então eu pensava novamente na logística do dia e queria mandar todos pra aquele lugar. Por que é que os coreanos não ouvem a maluca especialista? E por que a maluca especialista os considera um bando de idiotas, e sobretudo não ouve os mateiros? E por que a especialista legal também não é mais paciente? E por que só eu preciso ouvir todo mundo, estar do lado de cada um e ainda conciliar as discórdias?

Cresci aí, foi difícil manter o equilibrio, a tentação tava forte... estar nessa floresta já é um desafio.

Com calma e sabedoria, tentava dizer aos cozinheiros que, por favor, não fizessem todo dia arroz, feijão, macarrão e farofa; podiam variar fazendo um dia macarrão sem arroz, feijão e farofa e vice-versa.

Depois de sete dias à procura de ariranhas, nada... o rio estava 30 metros acima de seu nível normal, as bichas tinham fugido todas pro alto dos igarapés, e lá íamos nós, nas 3 canoinhas, atrasados pro horário das ariranhas, à procura delas por toda parte, que era só água...

o self e o centro nuclear de irradiação energética

Soa bem essa vida outra, zona sul, mesmo que se acuse de alienada.
Parece que tô férias, que é tudo novo, mesmo que na realidade não haja nada.

Os amigos salvam com sua generosidade, e o incrível em dizer isso é eu sempre pensei que não tinha amigos, eu insistia que não tinha amigos. Mas eles, sim, estão lá, e aqui, felizmente.

Do tchê pulando em mim, roubando tudo da mesa de jantar, fedorento, só tenho boas memórias; da querida e, segundo sua amiguinha, Bel, Bjork; Elis, oferecendo canjinha, mingau, café e música gospel londrina... tudo isso enche o coração com o que faltava de emoção.

Falta oriunda desses tempos num local ermo e solitário, donde se nota que o self, sozinho, é mais difícil de se manter ele próprio, ou de modificar-se de acordo com sua natureza. Não sei explicar por que razão, mas por precisar manter-se são, sem respiro,talvez.