domingo, 31 de julho de 2011

a da família alternativa se interessa seriamente por uma relação de família careta;
o da família careta repele o relacionar-se com aquela da família alternativa.
um resumo banal do que não deu certo; nem no começo, no meio ou final.

surge a questão de quando se acreditou que isso podia funcionar? às vezes é difícil ser realista, conclusão mais óbvia e boba. é difícil ser realista, ou seria fácil cair na ilusão de tudo que podia ter sido incrível? o amor, a cama, o afago, o torpedo que traria acalanto numa segunda-feira.

segue o pão de açucar de cada dia, não importa que empecilho se tenha imposto o caminho.

sábado, 9 de julho de 2011

idosa idade

sou uma velha em botafogo que acorda - no caso, tarde, mas tudo bem - já indo pra feira pechinchar e ver o que tá bom. depois tira o reciclável e fica a organizar a casa, fazer imãs novos com colagens aleatórias, ler bibliografias devagar quase parando e olhar o sol, a lua e o frio que faz e como é bom estar em casa se esquentando. aí pensa nessa juventude transviada, disposta aos programas da cidade, tomar cerveja e sair por aí, e se dá conta que, solteira, nada faz para disfarçar a condição. pelo contrário, mergulha de forma decisiva e neurótica como quem tá fazendo coisa errada. estar bem assim, sendo uma velha sozinha no sábado - não só nele, mas desde a sexta à noite - seria completamente bizarro ou é intriga da oposição? intriga porque não é tão sozinha, recebeu visitas afinal, e no fundo, no fundo: sair nesse frio é um puta programa de índio. sobretudo não há homem que preste por aí, ou ela deve reestudar (na semana que vem) a sua alta mania de exigência, aquela da qual seu terapeuta fala mas sem ressoar bem aos ouvidos. esse cara inventa cada coisa!